Entende-se a Tecnologia Social (TS) como um conjunto de técnicas e metodologias que podem ser aplicadas e reaplicadas para a solução de problemas sociais, a partir da interação com os atores que a utilizarão. Os Bancos de Sementes são ferramentas importantes da garantia da Segurança Alimentar e Nutricional das populações do campo e da cidade uma TS que ao fornecer um local seguro para o armazenamento das sementes, possibilita que famílias camponesas tenham domínio do material genético, sem dependerem de políticas de doação de sementes, promove a autonomia camponesa, a preservação da biodiverdidade local, possibilitam a promoção de ações empreendedoras capazes de gerar renda para mulheres e jovens. O acesso a essa TS é possibilitado graças ao trabalho coletivo que envolve organizações sociais, movimentos sociais, agricultores e consumidores. Neste trabalho relatamos a experiência do Movimento Camponês Popular de Sergipe com a estruturação dos Bancos de Sementes e os resultados do trabalho de resgate, multiplicação e beneficiamento de sementes crioulas. Verifica-se que organização social dessa classe tem papel importante no enfrentamento dos problemas associados à seca e conflitos relacionados às práticas e imposições decorrentes dos sistemas convencionais de produção baseados nas técnicas do agronegócio, contribuindo com a Soberania Alimentar e Nutricional, proporcionando melhores condições de comercialização e aproveitamento de oportunidades comerciais, institucionais, e tecnológicas. O abjetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da Tecnologia Social de Bancos de Sementes sobre a garantia da Soberania Alimentar de comunidades camponesas em face às novas iniciativas de autoorganização institucional do campesinato.